Sai correndo...
Isso mesmo.
Imagine uma pessoa que viveu mais de duas décadas no sitio.
Um menino arteiro, ligeiro e que não tinha medo do perigo.
Andava de pés descalços.
Nadava, caçava e pescava.
Subia em árvores com a maior facilidade.
Mexia em caixas de abelhas e marimbondos.
Se bem que, foram várias as picadas recebidas.
Andava grandes distâncias.
Subia morros.
Andava sobre os trilhos do trem.
Era um verdadeiro moleque serelepe.
Mas, acho que ao longo das várias décadas vivendo na cidade grande fui perdendo todas estas habilidades de outrora.
Eu estava de férias.
Voltei a rever o sítio.
Andei do começo ao fim do primeiro sítio.
Na volta, parei em frente a um enorme coqueiro.
Este coqueiro deve ter mais de cinco metros de alturas.
E lá bem no alto um enorme cacho cheio de cocos verdes.
Uma brilhante ideia.
Colher os cocos usando uma vara de bambu.
Foram vários os que caíram lá do alto.
Verdes e pesados e uma água deliciosa.
Esqueci as mangas no pasto e as vacas comeram.
Em seguida fui ao segundo sítio.
Não preciso aqui dizer que já estava cansado.
Suava muito e as pernas já estavam pesadas.
O sol já castigava o "paulistano".
As vacas estavam um tanto inquietas e berravam muito.
Ao notarem a minha presença saíram correndo.
Quebraram a cerca.
Alguns bezerros ficaram para trás.
Tive que ir a pé até o fim do sitio para ver o acontecido.
A vaca preta berrava muito.
Ela estava procurando o seu bezerrinho.
O "paulistano" tem uma boa ideia e começa a chamar a vaca preta.
Vira de costas e continua andando.
Nesse momento a vaca preta empreende uma correria atrás do "paulistano".
Eu não sei se foi tamanho o medo, mas percebi que já estava no alto de uma árvore.
E a vaca preta berrando bem próximo aonde eu estava...
Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 01/12/2015
Alterado em 01/12/2015