Cheiro de relva.
De volta ao meu passado distante.
E em meio aos contrastes desta “cidade de pedra” ainda paro.
Paro e recordo aqueles bons e velhos tempos.
Mesmo dentro de um trem ou de um metrô lotado.
Ou ainda em meio a um trânsito infernal.
Eu ainda consigo lembrar aquele cheiro todas as vezes que chove.
Isso era possível sentir.
Logo de manhã bem cedo.
Aquele cheiro de relva.
Relva molhada pelo orvalho da noite.
Ele trazia o cheiro de terra molhada.
O cheiro das plantas e flores.
E o cheiro da chuva.
Isso ainda me faz sentir criança.
O verde das matas.
O perfume das flores.
O céu azul.
O sol escaldante.
Á noite o cheiro da “dama-da-noite” perfumando o ar.
Nas encostas das estradas.
E o "bem-te-vi" madrugador com seu canto anunciando o novo dia.
Revoando toda a mata.
E o uivo do “cachorro do mato”.
O canto do galo parecendo um “despertador”.
Quem morou sabe que não há lugar tão lindo como o meu sertão.
Em cismar aqui sozinho á noite mais prazer encontro eu lá.
Na minha terra ainda canta o “sabiá laranjeira”...
Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 05/12/2015
Alterado em 05/12/2015