Jose Benedito
Contos, Crônicas e Artigos
Textos
A Estação de Pacaembu

Antes de escrever um "conto" ou um fato histórico é preciso conhecer o contexto ou ter vivido na época dos fatos.
Na verdade eu disse anteriormente que sou paulista, filho de baiano e mineira, o quinto filho da família que nasceu em Inúbia Paulista (antigamente Vila Ibirapuera).
Por esta razão antes de falar da Estação Ferroviária de Pacaembu é preciso dizer que a Estação Ferroviária de Inúbia foi aberta em 1950, no trecho construído até Adamantina.
Então na década de 50 só tinha o transporte ferroviário até Adamantina. A Vila Ibirapuera (Inúbia Paulista) existia desde 1942, fundada por japoneses, que já previam para breve a chegada da linha ferroviária em toda a Nova Alta Paulista.
Um anúncio no jornal de Marília do ano de 1959 afirmava que o primeiro trem chegaria à Estação de Pacaembu em 15 de maio de 1959.
Eu já falei da "Estação de Pacaembu" é assim que recordo dela.
Ela ficava lá bem no alto de um morro.
Um pouco distante do centro da Cidade de Pacaembu.
De sua plataforma e seguindo em frente, pela linha férrea fica a cidade de “Alto Iris” . A outra cidade mais próxima é “Flórida Paulista”. A sua direita era possível ir para “Irapuru” . A ultima cidade  é “Panorama” na barranca do Rio Paraná.
Da plataforma da Estação olhando para frente era possível avistar um belo horizonte que ia lá longe. Eu, quando criança,  acreditava que ao longe ficava o "Paraná" de onde vinha as chuvas e os frios que faziam naquela época.
Dali também era possível avistar algumas estradas que levavam à vários sítios.
No dia da inauguração desta Estação foi uma festa. Depois de um longo tempo de construção agora a Estação estava sendo inaugurada.
Ela trazia para o Município o transporte ferroviário que foi para a época um motivo de muito orgulho e de progresso para a cidade e há quem afirme que foi a melhor época da cidade.  
Por ela passavam  diariamente vários trens de passageiros e de cargas que saiam de Panorama e iam até São Paulo levando pessoas aos seus mais variados destinos. Era grande o movimento de trens de cargas que transportavam diversos produtos agrícolas como o café, algodão, soja e milho.
Na época de festas de fim de ano era grande o numero de pessoas que vinham de São Paulo, Jundiaí, Campinas.
Ao lado de uma de suas plataformas, feitas de tijolos e pedriscos ficavam as charretes e as carroças que transportavam os passageiros e suas bagagens até o Centro da Cidade.
Com o passar dos anos foram substituídas pelo táxi.
Ao fundo da Estação existia outro morro. E sobre este morro estava instalada a colônia dos ferroviários.
Era um pequeno bairro com diversas casas. Para se chegar lá era necessário subir uma grande escada construída na escarpa do morro. Naquela época era grande o numero de moradores funcionários da Estação.
Hoje, quase nada restou daquela colônia. Nada restou da “velha estação”. Foi desativada. Foi abandonada. E com o passar do tempo foi totalmente destruída. Nada sobrou de sua construção.
Só ficaram os vestígios da Estação em meio ao mato.  
Eu estive lá certa vez. Ainda era possível ouvir aquele apito do primeiro trem chegando na Estação...
Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 30/06/2019
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