Uma nova geração
Hoje, em tempos de pandemia, podemos observar facilmente que surgiu uma nova faixa etária que não existia antes ou melhor, existia mas não davam tanta importância igual hoje motivada pela expansão da Covid-19 em pessoas idosas. Realmente um grupo de pessoas que hoje têm entre sessenta, setenta e oitenta anos de idades. A este grupo de pessoas pertence toda uma geração que expulsou da terminologia a palavra envelhecer. Isso mesmo envelhecer. Acredito que isto seja porque simplesmente ninguém quer ter em seus planos atuais a idéia do envelhecer antecipado. Para os estudiosos esta é uma verdadeira novidade demográfica, bem semelhante aquele surgimento da adolescência na década de 70. Você com certeza lembra. Ela representava naquela época uma nova faixa social, que surgiu em meados do século XX para dar identidade a uma massa de crianças e adolescentes desabrochando, em corpos adultos, que não sabiam até então, para onde ir ou ainda como se vestir, como se cuidar ou ainda onde e como trabalhar. Este novo grupo humano hoje tem cerca de sessenta, setenta ou quem sabe oitenta anos, levou uma vida razoavelmente dentro daquele cenário que fora vivenciado e sempre na proteção, no apego e na tutela da família. Hoje são homens e mulheres independentes que estudaram e trabalharam duro durante muito tempo e conseguiram mudar o significado sombrio que se deu por décadas ao conceito da necessidade do trabalho e do estudo. Não podemos esquecer que nesta época era o "Período Militar" que ditava as normas Políticas por aqui. Porém, há que se afirmar, que tinha empregos e as exigências para tal eram flexíveis e grande era a procura pelos bancos, fábricas, indústrias. Agora longe dos tristes escritórios ou de uma fábrica ou mesmo de uma indústria muitos deles procuraram e encontraram, há muito tempo, a atividade que mais gostavam e na qual ganham a vida.
Supostamente é por isso que eles se sentem plenos e alguns ainda nem sonham em se aposentar. E aqueles que já se aposentaram desfrutam plenamente de seus dias, sem medo do ócio ou solidão, crescem internamente. Desfrutam do tempo livre, porque depois de muitos anos de trabalho, de criação dos filhos, dos netos, dos bisnetos e de muitas carências, esforços e eventos fortuitos, acima de tudo ainda vale a pena contemplar o mar, a serra e o céu...
Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 18/08/2020