Eu depois de alguns longos anos faço uma avaliação do que foi sair daquela pequena Cidade.
Não foi só sair de lá mas, deixar pra trás tudo aquilo que foi vivido lá e que agora não serviria mais aqui.
Eu ainda lembro muito bem como aconteceu tudo.
Era um tempo de mudanças.
Poucos recursos e uma nova vida sendo iniciada.
Eu já previa que assim como muitos a saída para a Cidade grande iria acontecer.
Era uma noite gelada de julho.
Batia um vento gelado vindo do sul.
Com alguns poucos pertences em uma sacola e poucos valores no bolso e que mal deu pra comprar a passagem, sai para aquela Estação.
O horário da viagem era as 23:20 horas e com uma previsão de doze horas de viagem.
Já dentro daquele trem encontrei alguns conhecidos que também iriam fazer o mesmo percurso rumo a alguma outra Cidade.
O que de certa forma até que me animou um pouco.
Contudo, havia um aperto por dentro.
Talvez uma sensação de medo.
Ou ainda uma tristeza danada de ter que sair de lá.
E não mais voltar.
Aquela "velha estação".
Eu já falei aqui várias vezes desta "Estação".
É assim que me lembro dela.
Ela ficava lá bem no alto de um morro.
Seguindo em frente, pela linha férrea fica a cidade de “Alto Iris” e a próxima é “Flórida Paulista”.
A sua direita era possível ir para “Irapuru” e a ultima cidade  “Panorama” na barranca do Rio Paraná.
Da plataforma da Estação olhando para frente era possível avistar um belo horizonte.
Existia algumas estradas de chão que levavam a vários sítios.
Eu imaginava que bem distante estava o Estado do Paraná.
Hoje, a Estação e a colônia não existem.
Ficou apenas vestígios de que ali tinha uma Estação...