O pé de manga (II)
Tem coisas que a gente nunca esquece.
Por mais que não tenha a convivência diária e o contato.
Mas, este marcou a minha adolescência.
O velho pé de manga.
Velho no sentido de tanto tempo.
Eu estive lá e o vi novamente.
Eu lembro bem.
Ele ficava bem no meio da roça de amendoim
e mesmo com todo aquele sol escaldante ele permanecia sempre verde.
Era um velho pé de manga
que tinha muitos galhos recheados de folhas verdes.
Um belo refúgio para que os "bem-te-vi" fizessem ali seus ninhos.
Eu lembro aquela não era época de manga.
No entanto, muitas folhas secas cobriam o chão ao seu redor.
Por esta razão Ele oferecia uma agradável e vasta sombra.
Sombra esta que era compartilhada por todos na hora do descanso do almoço.
O sol de rachar dás onze horas anunciava o momento de parar o trabalho.
As marmitas e a "moringa" d'água estavam lá embaixo de suas folhagens.
Acabava o almoço e mais um tempo para saborear aquela sombra fresca.
Tamanho era o cansaço da labuta diária que alguns até cochilavam.
Hoje, não existe a roça.
Não existe o sítio.
E nem as lavouras de outrora.
Mas, o pé de manga está lá no mesmo lugar de sempre.
Em meio a formação de pasto para o gado.
Marcando a passagem de gerações...
Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 12/12/2022