A saída do aconchego
Eu não sei você, mas eu sempre carreguei pela minha vida afora
os cheiros dos encontros e dos desencontros raros e dos acontecimentos que iam se sucedendo não só no passado como no presente.
Eles marcaram para sempre a minha vida.
E não é nenhum demérito lembrar e recordar os fatos antigos.
Mesmo porque os fatos antigos fizeram parte da história de minha vida.
Eles de certo modo marcaram épocas .
A nossa primeira casa.
A nossa casa era bem simples.
Não tinha gás encanado e nem fogão a gás. Na cozinha um grande fogão a lenha.
O quintal era enorme, e bem no meio do quintal um poço e um abacateiro.
A minha mãe na cozinha.
Sempre na cozinha e cuidando dos afazeres domésticos e das criançada.
E o meu pai fazendo doces pra vender.
Ele era um especialista em fazer doces.
E era desta profissão que vinha alguns proventos financeiro para manter a casa.
Ao meu pai cabia os afazeres externos que poderiam render alguns valores para manter as despesas da casa e da família.
Ele não tinha uma profissão definida e nem uma escolaridade de ensino médio.
Suas profissões eram doceiro, pipoqueiro, poceiro, fosseiro, verdureiro, lavrador e lenhador.
Ele logo partiu!
Deixando um vazio enorme naquela casa.
O luto foi longo e difícil.
O que fazer?
Tempos difíceis chegaram.
E não parava de chegar.
A família sentiu o baque, deu uma desestruturada na base.
Um por um foram saindo daquela casa rumo a cidade grande...
Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 06/01/2023
Alterado em 06/01/2023