Houve um tempo em que os moços normalmente moravam com seus pais em sua maioria agricultor e trabalhavam na roça a semana inteira e tinham o sábado a tarde e a noite para o descanso. Não era um tempo de muita diversão no campo que se limitava aos terços, missa na capela do bairro, os jogos de futebol de campo, as festas e os bailes que aconteciam nos casamentos de alguém ou em alguma festa junina. E era exatamente em um destes locais que as moças e rapazes se conheciam ou melhor começavam a se conhecerem. As moças viam nas festas e bailes uma oportunidade para arrumar um namorado ou um pretendente para casar. As mães das moças também aguardavam essas ocasiões com ansiedade, e ficavam a espera de algum pretendente para suas filhas pois ter uma moça "solteirona" em casa era um fardo econômico e social. Não podemos esquecer que muitas mães casavam muito cedo por imposição de seus pais e muitas vezes essas ainda nem tinham saído da adolescência. Bem, além dos cartões com mensagens galantes, bilhetinhos, ou correio elegante, distribuídos principalmente pelos rapazes, os jovens tinham um código de paquera. Os moços davam uma baforada no charuto, limpavam o suor da testa com um lenço e coçavam a ponta do nariz para sinalizar, respectivamente, desinteresse, expectativa e vigilância. Já as garotas colocavam rosas, lírios ou tulipas nos vestidos para dizer "Temo, mas te espero", "Começo a te amar" ou "Declaro-me a ti". Porém, só os homens podiam abordar as amadas, nunca o contrário. E assim foi que muitos namoros começaram em um baile ao som de uma sanfona...
(*) Feliz Dia dos Namorados e que Santo Antônio abençoe a todos e mantenha sempre acesa a chama do amor entre vocês!