Para muitos a "utopia" é um lugar inexistente e que se mostra impossível de ser atingido ou ainda alcançado no futuro. Já a retrotopia é o retorno ao passado, a um modo de vida “que foi imprudentemente abandonado”. Bem, eu não venho aqui neste momento propor uma volta ao passado como uma solução para resolver os mais diversos problemas mundiais. No entanto, há quem chegou a propor isso em suas teorias. Importante definir isso através de uma crença chamada "retrotopia". A retrotopia nada mais é do que uma crença de que algo do passado poderia ser aplicado no presente para resolver mazelas existentes, ou seja, pegamos aquilo que eram ideais utópicos do passado e os vemos agora como solução no presente. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017) antes de falecer em 2017, acreditava que estávamos vivendo o fim das utopias. Para ele, a nossa sociedade atual perdeu a noção de progresso como um bem que deve ser partilhado. É fato o progresso tem que ser partilhado e não tem como ser diferente. Se não gera o caos e aumenta cada vez mais o poço da desigualdade social. Assim, um grande número de pessoas diariamente buscam o prazer individual e a melhoria da sua posição individual dentro de uma sociedade como principais objetivos de vida. Nos últimos anos, os desafios como as sucessivas crises econômicas, a precariedade do emprego, o aumento do desemprego estrutural, o desencanto com a política e a politicagem , o terrorismo, o aumento da violência, o crescimento da pobreza e da miséria, os conflitos multiculturais, a Guerra da Ucrânia, a pandemia da COVID 19 e o avanço do aquecimento global ainda causam muitas dúvidas em relação ao amanhã. Mesmo a tecnologia e a inteligência artificial passaram a gerar desconfiança, já que teoricamente todos poderão ser substituídos por máquinas robóticas e já falam em "andróides".