Tem coisas que a gente nunca esquece por mais que não tenha a convivência diária e o contato. Aquela casa onde morava. A escola onde estudava. Aquela pequena cidade dos tempos de infância. O velho cinema. As antigas amizades da infância e juventude. As brincadeiras e os jogos de futebol no campinho e futebol de salão na quadra da escola e outras tantas atividades do período da infância. Mas, neste período algo marcou certamente a minha adolescência. Aquele velho pé de manga. Velho no sentido de tanto tempo. Eu estive lá e o vi novamente. Eu lembro bem que ele ficava bem no meio da roça de amendoim e mesmo com todo aquele sol escaldante ele permanecia sempre verde. Era um grande pé de manga que tinha muitos galhos recheados de folhas verdes. Um belo refúgio para que os "bem-te-vi" fizessem ali seus ninhos. Eu lembro aquela não era época de manga. No entanto, muitas folhas secas cobriam o chão ao seu redor. E por esta razão ele oferecia uma agradável e vasta sombra que era compartilhada por todos na hora do descanso do almoço. O sol de rachar dás onze horas anunciava o momento de parar o trabalho. As marmitas e as "moringas" d'água estavam lá embaixo de suas folhagens. Acabava o almoço e mais um tempo para saborear aquela sombra fresca.Tamanho era o cansaço da labuta diária que alguns até cochilavam. No entanto, tudo mudou com o passar dos anos e hoje, não existe mais a roça. Não existe o pequeno sítio. E nem as lavouras de outrora que basicamente era o algodão, amendoim, milho e café. Hoje, a pecuária e a cana de açúcar tomaram o lugar e expandiram suas terras. Mas, o pé de manga alí ficou e está lá no mesmo lugar de sempre. Em meio agora a formação dos pastos para o gado e marcando a passagem de gerações...