Vivemos em uma república onde a democracia é um princípio fundamental, estabelecida no artigo 1º da CF/88 e clara em seu parágrafo único: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Mas, historicamente não foi sempre assim desde o seu descobrimento, colonização, divisão de terras e chegada da família imperial. A Proclamação da República, celebrada anualmente em 15 de novembro, é considerada uma das datas mais importantes da história brasileira. A República foi resultado de um movimento articulado entre o exército e civis insatisfeitos com a monarquia, que vigorava no País desde 1822. Com a proclamação da República, a família real foi expulsa do Brasil. Segundo registros históricos, no dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca liderou uma tropa militar que cercou o gabinete ministerial e prendeu o Visconde de Ouro Preto, então primeiro-ministro. A monarquia, no entanto, ainda não havia sido derrubada, pois Deodoro não havia deposto o imperador, mas apenas o gabinete ministerial. Ao longo do dia, houve uma série de articulações políticas que culminaram com a proclamação oficial da República pelo vereador José do Patrocínio, no final do dia. O Brasil saía, então, de uma monarquia ‘quatrocentona’ (de quase quatro séculos) para uma República presidencialista. A instauração da República foi resultado de um processo político que se estendeu desde a década de 1870 até 1889. Convencionou-se que a data é um momento para se pensar além do feriado e das comemorações oficiais e cívicas. O hino é bem mais difícil de cantar do que aquele outro. Segue um pequeno trecho:
"Seja um pálio de luz desdobrado
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel, que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade,
Dá que ouçamos tua voz!
Nós nem cremos que escravos outrora
tenha havido em tão nobre país...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais..."!