Jose Benedito
Contos, Crônicas e Artigos
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Um guardião da floresta

Historicamente e geograficamente acredita-se que até o ano de 1500 as florestas e matas nativas cobriam 100% da área territorial brasileira. Pasmem, hoje a Mata Atlântica tem uma faixa em torno de 5% de toda a mata e floresta que cobriam o Estado de São Paulo e todo o litoral brasileiro do sul ao norte. Isto sem falar que ao lado destas matas ainda tem as muitas especulações imobiliárias e ou grandes plantações de cana de açúcar. A população que aqui existia era unicamente a indígena e não tinha outra raça por aqui, salvo as diversas etnias indígenas que vinham se sucedendo ao longo dos tempos. Sempre foram um povo que respeitavam tudo o que a natureza oferecia a eles com fartura: as frutas, a água, a caça, o ar, a chuva, os rios, os peixes e as aves. Esta era uma época em que ainda não existia as grandes ferramentas. E nem eram necessário pois eles não derrubavam árvores, não faziam queimadas das matas, não criavam gados, não plantavam soja, não construíam barragens hidroelétricas e nem praticavam a mineração. Os rios ainda corriam limpos, vivos livres e cheio de agua, nunca secavam e tinham uma enorme fartura de peixes que alimentavam uma aldeia inteira. Suas armas principais se resumiam em machadinha, arco e flecha pra caçar ou para proteger de algum bicho mais perigoso. Sua embarcação era a canoa feita de algum tronco de arvore. Não tinham grandes navios e ou embarcações movidas a óleo diesel ou querosene. "Meu nome é Txai Suruí, eu tenho só 24, mas meu povo vive há pelo menos 6 mil anos na floresta Amazônica. Meu pai, o grande cacique Almir Suruí me ensinou que devemos ouvir as estrelas, a Lua, o vento, os animais e as árvores. Hoje o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo..."

Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 15/10/2024
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